sexta-feira, 30 de maio de 2008

Temos que chegar ao ponto de ...

Fundir ao texto, compreender com inteireza, nos apropriar da verdade das falas com a nossa convicção de sentidos que construímos na prática. Vcs já são Yoguins e já são Atores, agora é assumir e agir. Lembrem-se da Maiêutica de Sócrates, as idéias vão apenas se presentificar nos nossos corpos por isto precisamos prepará-los. Se alimentem direito, se exercitem direito, dentro e fora.
De tanto ler escrevi estes dias como Guimarães Rosa:

"Tudo que atravessa os nossos olhos se reveza, se agrega e se retina. E eu, desbustraz já tinha visto demais. Esbarrado, assisado, sisudo tinha me tornado. Me encantei de desencantado. Nada mais me movia o que , no antes, tudo me encaminhava. Agora restava parado, sem vontade desanimado, esperando alguma ordem divina que me levantasse, do tipo: Levanta e Anda. Porque eu já não me via sentido, não me restava animado. Sem tino e sem assunto entregue a mim mesmo apagado. E de eu me conduzir para este negro, escuro profundo só comigo mesmo apoiado indo pra este breu infinito não via mais saída, nem verso , nem reverso, nem movimento nem assombração, nem assombramento. Parecia enfim o fim. Minha espécie de consciência racional quase nem lamentava o fim tão jovem. Estava entregue antes do final da história, ou sem muitos abusos ainda no começo. Não tinha mais por onde. Saí no meu encalço vasculhando o vazio e o silêncio e via o som de meu tropeço.
Do mais no mais só isto não conhecia o fundo de meu eu sem mais nada.
Meus exercícios espirituais sequencias de rezas, ócios e movimentos nada me serviam ou me diziam. Devia me entregar . Minha vontade não me pertencia. Assim, desta forma. em fonte muda e calada me estabelecia aguardando o derradeiro passo do fim. Neste fim não me punha descanso, angustiava, desgostava, desanimava do desorientado horizonte que não me entusiasmava. Cansado de mim mesmo não tinha mais força de ser. Daí esperei.
Qualquer idéia de súbito me aparecia e desaparecia sem lógica, nexo ou desejo. O des-amor, a des-paixão me punham quieto e parado. Ficava em mim abobado."

Um comentário:

Juru disse...

So depois que eu ouvi a maravilhosa Bethania narrar a sangrenta batalha, foi que entendi o que o Ze quis dizer na seunda, quando falou que eu preciso me cansar antes de entrar nessa jornada.
Entendi que mesmo numa hora de acao intensa e nervos a flor da pele, a fala pode (e deve) ser pausada.
Percebi que realmente minha leitura na segunda-feira foi uma corrida desenfreada ao final do texto...e que nao deve ser assim.

"O diabo na rua, no meio do redemuinho"

Jurema